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Unidade 7 e 8 – A arte
Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão (segundo Charles S. Peirce, fundador da semiótica). Essa seria a principal função da arte.
A arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. Cada vez mais, torna-se difícil no mundo atual estabelecer uma divisão clara entre o que é ou não é arte, devido à facilidade de acesso às obras de arte e à sua produção. Por outro lado, as manifestações artísticas têm cada vez mais interseções, criando formas híbridas de arte.
As principais características da arte são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma.
Essas características criam um papel importante: por intermédio da fantasia e do jogo, a arte é um convite à (re) interpretação do mundo. Ao procurar expressar-se, o artista convida o próprio leitor a desvendar o mundo.
Unidade 8 - Linguagem figurada
Linguagem figurada ou figuras de linguagem são fugas, desvios das normas convencionais, não se encontram em padrões normais de comunicação. Tudo isso para se conseguir maior elegância ou ênfase na expressão.
Na linguagem literária, vários elementos concorrem para gerar um texto de caráter estético, e um deles certamente é o uso de figuras , mas não é o único.
As figuras de palavras podem dividir-se em dois grandes grupos:
- Metonímia ou transnominação uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
Formas de usos
Efeito pela causa:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
Causa pelo efeito:
Por favor, não fume dentro de casa: sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro).
Marca pelo produto:
O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
Autor pela obra:
Continente pelo conteúdo:
Bebeu o cálice da salvação. (Ninguém engole um cálice, mas sim a bebida que está nele.)
Possuidor pelo possuído:
Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está).
Matéria pelo objeto:
O lugar pela coisa:
O abstrato pelo concreto:
A coisa pela sua representação = (sinal pela coisa significada):
És a minha âncora. (em substituição de "segurança").
Parte pelo todo:
Instituição pelo que representa:
Causa primaria pela secundaria:
O inventor pelo invento:
O concreto pelo abstrato (e vice-versa):
Gênero pela espécie:
O singular pelo plural(vice-versa):
Determinado pelo inderteminado:
A materia pelo objeto:
A forma pela materia:
Ele cuida com carinho da redonda
Individuo pelas classes:
Metáfora: é o emprego de palavra fora do seu sentido normal, por efeito de analogia (comparação).Exemplo:1º A Amazônia é o pulmão do mundo.2º Na sua mente povoa só maldade.No primeiro exemplo temos a metáfora impura, pois estão presentes os dois termos de comparação (Amazônia - pulmão); no segundo exemplo temos a metáfora pura, pois não está presente nenhum termo de comparação.A metáfora é o tipo de figuras de palavra que mais encontramos na língua portuguesa.
Diferente da Metonímia, outras figuras de linguagens como a Personificação e a Hipérbole mantêm com a Metáfora uma relação de união semântica, não podendo assim ser totalmente dissociada uma da outra. É como se tais figuras fossem “metáforas especiais”. Se observarmos a frase: “ Neste dia ensolarado, o mar me convida ao seu encontro e as ondas querem me abraçar” Temos a Metáfora na comparação sem o conectivo: O dia está tão lindo e o mar tão bom que é “como se” ele me convidasse para o mergulho e ondas estão tão movimentadas que “parecem” querer me abraçar. Temos também e de maneira simultânea, a Personificação, uma vez que “convidar” e “abraçar” são ações próprias de pessoas e não de seres inanimados como o mar ou as ondas.
O mesmo ocorre, com a metáfora e a Hipérbole. Vejamos essa outra frase: “ Chorei um rio de lágrimas”. Temos a Metáfora na comparação sem o conectivo: O choro era tão intenso e as lágrimas tantas que “ era como se fossem iguais” às águas de um rio. Temos também e de maneira simultânea, a Hipérbole, ora, não se pode alguém chorar um rio de lágrimas, por essa ser uma quantidade de lágrimas impossível de alguém chorar. Registra-se aí, nitidamente o modo exagerado de se expressar.
O fogo dançava com a chuva” ( Metáfora = Personificação) “ A lua roubara todo o seu brilho, naquela noite” (Metáfora = Personificação) “ Eles morreram de rir com a peça”. (Metáfora = Hipérbole) “ Choveu mais de meia hora sem para, foi um dilúvio!” (Metáfora = Hipérbole)
Antítese é uma figura de linguagem (figuras de estilo) que consiste na exposição de ideias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Esse recurso foi especialmente utilizado pelos autores do período Barroco. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. É uma figura relacionada e muitas vezes confundida com o paradoxo. Várias antíteses podem ser feitas através de Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo.
A antítese é a figura mais utilizada no Barroco, estilo de época conhecido como arte do conflito, em que também há presença de paradoxos, por apresentar oposições nas idéias expressas.
Exemplos:
"Já estou cheio de me sentir vazio." (Renato Russo)
"Uma menina me ensinou, quase tudo que eu sei, era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei" (Renato Russo)
"Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza)
"Será que eu sou Medieval? Baby, eu me acho um cara tão atual, Na moda da nova idade média." (Cazuza)
"Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada" (Humberto Gessinger)
A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser activo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição.
Há algumas figuras ligadas ao campo sonoro do texto, exploradadas sobretudo na poesia. As principais são:
· Aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A assonância é largamente utilizada em poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases curtas.
Em horas inda louras, lindasClorindas e Belindas, brandasBrincam nos tempos das BerlindasAs vindas vendo das varandas.(Fernando Pessoa)
· Onomatopeia é uma figura de linguagem na qual se imita um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. Por exemplo, para os índios tupis tak e tatak significam dar estalo ou bater e tek é o som de algo quebrando. As onomatopeias, em geral, são de entendimento universal. Geralmente, as onomatopeias são usadas em histórias em quadrinhos.
Exemplos
Ai! –dor ou grito emoção
Ai, ai... –lamentação
Ah! – grito
Rá Rá Rá ! – riso
Atchim! - espirro
Pleonasmo pode ser tanto uma figura de linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a.
Exemplos:
"E rir meu riso"(Vinícius de Moraes)
Vamos fugir para outro lugar"(Gilberto Gil)
Pleonasmo Vicioso
"Amanhecer o dia."
"Almirante da Marinha."
"Cursar um curso."
"Monopólio exclusivo."
"Opinião individual de cada um.”
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