O que é o GESTAR II?

É o Programa Gestão da Aprendizagem Escolar que oferece formação continuada em Língua portuguesa e Matemática aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de 300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para cada área temática. O programa inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula.

sábado, 12 de dezembro de 2009



GESTAR II – Língua Portuguesa

TP I-UNIDADE I- VARIANTES LINGUÍSTICO: DIALETOS E REGISTROS.
A língua não se apresenta uniforme e única: ela apresenta variações, conforme os grupos que a usem. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo, e chama-se dialeto.
Os principais dialetos são: o etário (da criança, do jovem e do adulto); o geográfico, ou regional; o de gênero (feminino e masculino) ; o social (popular e culto); o profissional.Os dialetos são equivalentes do ponto de vista linguístico: nenhum é melhor do que outro. Cada um cumpre perfeitamente suas funções comunicativas, no âmbito em que é usado. Considerar um superior a outro é um preconceito sem fundamento.
O idioleto é o conjunto de marcas pessoais da língua de cada indivíduo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos (etário, regional, profissional, de gênero, social) que constituem a sua fala..
1- A língua é um sistema aberto, o que possibilita uma grande variedade de usos. Assim, ao lado de regras sistemáticas que todos os seus falantes devem seguir, aparecem as variantes da língua, que podem referir-se ao uso de um grupo, ou ao uso de cada locutor, no momento específico da interação.
2- Cada variante que marca o uso que determinado grupo faz da língua constitui um dialeto.
3- Os dialetos principais são definidos do ponto de vista geográfico, etário, sociocultural, de gênero e de profissão.
4- Os dialetos, como as línguas, preenchem as necessidades do grupo social que os usa, não havendo, portanto, um melhor do que outro.
5- Os dialetos não são compartimentos isolados: ao contrário, recebem influências uns dos outros.
6- O registro é a variante escolhida pelo sujeito em cada ato específico de comunicação, segundo o contexto.
7- Os registros são basicamente dois: o formal e o informal, segundo o distanciamento requerido pela situação. Entre os dois extremos, há muitas gradações.
8- Os registros podem apresentar-se tanto na forma oral como na forma escrita da língua.
9- Os registros põem por terra a distinção do certo/errado, passando a discussão para o campo do adequado/inadequado.
10- Essas considerações nos levam a rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e como ponto de partida para a produção de textos igualmente diversificados. Esse é, afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.

ATIVIDADE- VARIANTES LINGUÍSTICO

Leia a carta do Alfredão e discuta o problema de comunicação que houve porque os interlocutores não partilhavam o mesmo código.Alfredão é um rapaz simpático, sociável e adora viajar. Numa de suas viagens ao interior, um inesperado acidente com o carro, obriga-o a ficar no mato. Por sorte, um fazendeiro socorreu-o, dando-lhe abrigo. Com o auxílio do fazendeiro, Alfredão pôde retornar à sua cidade. Já em casa, o moço felicíssimo pela ajuda que recebera, resolveu agradecer ao fazendeiro, através da seguinte carta:
Carta do Alfredão:
“Paz e amor, bicho...você me amarrou na sua cara legal, muito barra- limpa. Achei jóia sua, quando sacou que eu estava na pior, com minha máquina transando no meio do mato, dentro daquele breu. O envenenamento do meu carango sempre me deixa baratinado e você ligou bacana, levando-me para o seu habitat. No dia seguinte, com colher de chá que você me deu com o seu trator, consegui emplacar no asfalto e batalhar firme uma carona até conquistar a metrópole.
Como não pudemos transar melhor, espero você para vir moitar uns dias comigo em minha lona legal, onde poderemos curtir fino papo com a turma ou transar com as doidonas das motocas, com suas calças apertadas e blusas transparentes. Você poderá ir comigo para uma discoteca ou um inferninho e tenho certeza, adorará a onda do travoltismo.
Curtiremos um som jóia ou sacaremos umas minas no asfalto, para um programa bem legal. Fique na minha, você vai gamar.
Do chapa, Alfredão

Resposta do Bertolino:

Senhor Alfredão

Não entendi bulhufas de sua carta, é muita confusa e estou muito aborrecido por você começar me chamando de bicho, quando fui seu amigo sem o conhecer. Além do mais, devo dizer-lhe que sou macho pra burro. Se quiser experimentar, volte aqui, seu cachorrão. Não amarrei você em coisa alguma, o que fiz foi tratá-lo como gente civilizada. Se você achou alguma jóia aqui, deveria ter entregue à dona da casa. O que você praticou é caso de roubo. Outra coisa errada a sua, não tirei você de nenhum breu. Isso aqui não existe. Acho que você está meio tantã. Também não lhe dei nenhuma colher de chá. Se por acaso você levou alguma coisa, que e pelo que eu senti, é costume em você, pode ficar com ela de recordação.
Gostaria de saber quem foi o cretino que jogou veneno no seu carro, pois se foi algum empregado meu, vou mandá-lo embora. Aqui tem curtume e não vou sacrificar minhas aves para dar o papo você. Quanto a ir para o inferno com você, pode ir sozinho. Sou muito religioso, inferno é feito para gente igual a você. O tal de negócios de minas e jóias não serve para mim. Nunca tive gosto nem tempo para bancar o garimpeiro. Também não sou marinheiro e não entendo de ondas.
Olha, moço, eu aqui sou muito conhecido e respeitado por todos. Pelo Juiz, pelo Padre, por políticos e pelo povo. Nunca alguém me chamou de bicho ou por outro nome de animais. Vê se me respeita, moço.
Bertulino

TP I-UNIDADE II- VARIANTES LINGUÍSTICO: DESFAZENDO EQUÍVOCOS
1 – A norma culta não é melhor do que os outros dialetos: estes, tanto quanto a norma culta, cumprem perfeitamente sua função no ambiente em que são usados e com as pessoas desse ambiente.
2 – Aprender a norma culta é ter mais uma opção de uso da língua, importante em muitos momentos e ambientes. Quanto mais opções o sujeito tiver de uso da língua, mais ele vai poder atuar na sua comunidade e se desenvolver como cidadão.
3 – Ninguém deve ser discriminado por apresentar um comportamento lingüístico diferente do outro.
A norma culta é um dos dialetos definidos por critérios socioculturais. Como para todas as línguas, a norma culta é escolhida como norma-padrão, que é usada nos documentos, sobretudo os oficiais, em grande parte da literatura, dos escritos e falas da imprensa. Sua maior característica é a correção pautada na gramática normativa. No entanto, não é melhor nem pior, mais bonita ou mais feia do que qualquer outra norma/dialeto. Por outro lado, não é obrigatoriamente o espaço da língua escrita ou da literatura.
Deve, ser trabalhada na escola, como o dialeto que o aluno deve ir aos poucos dominando, por ser o mais adequado a certas situações de comunicação.
• 1- A norma culta é um dos dialetos da língua. É o dialeto utilizado na absoluta maioria dos documentos oficiais e públicos de um país. Não é melhor nem pior do que os demais dialetos; por isso, seu uso não pode ser critério de discriminação ou valorização dos sujeitos. (Aliás, nenhum critério deve servir à discriminação).
• 2- Como norma-padrão, a norma culta é ensinada na escola. Seu conhecimento e domínio ajudará o aluno a ampliar sua competência lingüística, permitindo-lhe um acesso mais fácil a muitos documentos e bens culturais.
• 3- A literatura pode ou não utilizar a norma culta. Seu objetivo não é “ficar dentro das regras”, mas buscar qualquer dialeto ou registro que melhor consiga criar a linguagem do mundo criado por ela, com seus significados.
• 4- As duas modalidades da língua – a oral e a escrita – são igualmente importantes e apresentam ambas as possibilidades de uso, tanto do registro formal quanto do informal.
• 5- As duas modalidades devem ser trabalhadas na escola tanto do ponto de vista da locução quanto da interlocução. Assim, ouvir e falar, ler e escrever, devem ser atividades constantes na sala de aula.
• 6- Como sempre, vale a pena salientar que as situações de interlocução são extremamente complexas e não temos muitos casos “puros” de dialetos, da mesma forma que os registros apresentam uma gama infinita de formalidade/informalidade e as modalidades oral e escrita não são campos fechados, sem interferência uma sobre a outra.
• 7- Nas atividades de linguagem, é fundamental oferecer aos alunos exemplos diversos de bons textos, orais e escritos, produzidos com objetivos e em situações diferentes, literários e não literários, em registros e modalidades distintos, de modo a não estabelecer relações indevidas entre escrita, norma culta e registro formal e literatura, ou fala e informalidade. Para isso, os próprios textos produzidos pelos alunos podem ser ótimo material de discussão.
TP I-UNIDADE III – O TEXTO COMO CENTRO DAS EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DA LÍNGUA.
Objetivos:

1 – conceituar texto ;
2 – indicar as razões do estudo prioritário de textos no ensino/aprendizagem de línguas;
3 – reconhecer os diferentes pactos de leitura dos textos.
TP I-UNIDADE IV – A INTERTEXTUALIDADE.
Objetivos:
1 – identificar os traços da intertextualidade em nossa interação cotidiana;
2 – identificar os vários tipos de intertextualidade;
3 – identificar os pontos de vista nas diversas interações humanas
Como realizar a intertextualidade

A competência em leitura e em produção textual não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Para ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais, pois um texto é produto de outro texto, nasce de/em outros textos.
A essa relação (que pode ser explícita ou implícita) que se estabelece entre textos dá-se o nome de intertextualidade. Ela influencia decisivamente, como estamos afirmando, o processo de compreensão e de produção de textos.
Quem lê deve identificar, reconhecer, entender a remissão a outras obras, textos ou trechos.
As obras científicas, os ensaios, as monografias, as dissertações, as teses, por exemplo, remetem explicitamente a autores reconhecidos, que corroboram os pontos de vista defendidos. A compreensão de uma charge de jornal implica o conhecimento das notícias do dia. A leitura de um romance, conto ou crônica aponta para outras obras, muitas vezes de forma implícita. Nossa compreensão de um texto depende assim de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso conhecimento de mundo, de nossas leituras. Quanto mais amplo o cabedal de conhecimentos do leitor maior será sua competência para perceber que o texto dialoga com outros, por meio de referências, alusões ou citações, e mais ampla será sua compreensão.
As referências são muitas vezes facilmente perceptíveis, identificadas pelo leitor. Por exemplo, no anúncio publicitário sobre meias "Os fins justificam as meias", o leitor percebe de imediato a recriação da máxima "Os fins justificam os meios". Há, por outro lado, referências, alusões muito sutis, compartilhadas ou identificadas apenas por alguns leitores, que têm um universo cultural, um conhecimento de mundo muito amplo.

CONHECIMENTO DE MUNDO E LEITURA
Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico, um conjunto de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo.
Às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Assim, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende não só das aulas de Português, mas também de todas as outras matérias estudadas, e de todas as informações que chegam ao leitor.

INTERTEXTUALIDADE
1-TEXTO

Unidade lingüística concreta(perceptível pela visão ou pela audição) que é tomada pelos usuários da língua (falante/escritor/ouvinte/leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão .

2- DISCURSO

Qualquer atividade produtora de efeitos de sentido entre interlocutores, portanto, qualquer atividade comunicativa, englobando os enunciados produzidos pelos interlocutores e o processo de sua enunciação, que é regulado por uma exterioridade sócio- histórica e ideológica que determinam as regularidades lingüísticas e seu uso, sua função.

3- TEXTUALIDADE

É a condição de um texto. É o que faz um amontoado de frases ou palavras um texto.
É estabelecida pela coerência e não só pela coesão.

4- INTERTEXTUALIDADE

A intertextualidade é o diálogo de um texto com outros textos
Forma
Conteúdo
Tipologia
5-OCORRÊNCIAS:
1-ALUSÃO
2-CITAÇÃO
3-PARÓDIA
4-PARÁFRASE
5-APROPRIAÇÃO


Nenhum comentário:

Postar um comentário